Há anos vejo Definitely Maybe, e cada vez assisto, gosto mais. É, eu tenho o estranho hábito de ver meus filmes prediletos três, cinco ou até vinte vezes. É uma forma de ter as histórias, as emoções cunhadas em geniais diálogos gravadas em mim. Quero, muitas vezes, sentir o que os personagens sentem. Ser engraçado como são, emocionar-me como eles. Busco trazer os ensinamentos para minha vida, para tornar mais divertido viver.
Definitely Maybe é a trajetória de William Hayes, contando para a adorável filha, Maya, como conheceu sua mãe, a mulher com quem Will casou.
Geralmente as comédias românticas são tão clichê, ou cheias de piadas sem graça e coisas improváveis. O que torna este filme especial é a mistura de amizade, romantismo, valores, piadas e revezes inteligentes, além da energia cosmopolita e criativa de New York, onde a película é ambientada.
Os diálogos são surpreendentemente afiados, tem aquele toque de humor sarcástico que consagrou Friends. Mas o filme não fica na superfície perene das piadas engraçadinhas, ele explora a dor da perda, as desilusões. Com uma dinâmica surpreendente e excelentes textos e reviravoltas, Definitely Maybe não é uma comédia, nem um romance, comum.
É um filme sensível e surpreendente, que vai muito além de um flerte banal e meia dúzia de piadas sem graça. Ele passeia entre a miséria, a glória e os medos dos personagens que tem uma vida intensa e cheia de nuances. Seus caminhos se entrelaçam e cada um se encanta com a forma como o outro vive. As diferenças de crenças e pensamentos são ressaltados com muito bom humor, e é aí que entra o sarcasmo hilário que pinta cada cena. Vamos de gargalhadas a suspiros em poucos minutos.
Definitely Maybe é uma pérola do cinema americano. É um filme simples, mas cheio de passagens poéticas que ilustram sentimentos genuínos, os quais fazem a vida realmente valer à pena.